top of page

Desafio Concluído com Sucesso!

Pela Preservação dos Oceanos e da Bahia de Todos os Santos!

E ele conseguiu! O paratleta Ricardo Serravalle nada de Salvador a Morro de São Paulo em 22h!

No mundo existem bihões de pessoas, mas apenas algumas poucas são capazes de definitivamente entrar pra história e foi isso que o paratleta baiano Ricardo Serravalle fez ao se tornar a primeira pessoa a nadar da Praia do Porto da Barra em Salvador até a ilha de Morro de São Paulo no Município de Cairú. Foram 62,2km nadados em 22 horas ininterruptas em mar aberto de difíceis condições.

A largada aconteceu às 8h30 do sábado, dia 19 de dezembro, junto a Ricardo três embarcações de segurança e o apoio do amigo Fábio Seligra que também cumpriu todo o trajeto em sua prancha de stand-up padlle.

"O início foi bem difícil, saímos na troca de maré e ao passar pelo Farol da Barra entrou um vento muito forte que deixou o mar bem agitado até o início da noite" 

Mas segundo ele o momento mais tenso foi quando recebeu a visita de tubarões que existem em certa quantidade naquela região. 

"Estávamos chegando perto de Caixa Prego - metade do caminho até Morro - quando recebi mordiscadas nos dedos dos pés, quando olhei vi que eram pequenos cações, ainda filhotes, mas fiquei com muito medo pensando que os pais poderiam aparecer a qualquer momento" 

Mas o pior ainda estava por vir, pouco tempo depois três cações maiores apareceram e começaram a circular em seu entorno. 

"Chamei Fábio e subi imediatamente na prancha dele, estava apavorado, Fábio ainda filmou os cações circulando em volta da prancha, mas não podia ficar ali o tempo todo e pensei com calma que se eles não me atacaram até agora não mais atacariam, estavam apenas curiosos".

Mas com a escuridão também começaram os problemas Ricardo relata que uma lesão recorrente em seu ombro esquerdo iniciou um processo agudo de dor e que por volta das 21 horas o ombro direito também começou a doer.

"Era como uma corda de violão sendo tensionada, eu nadava forte e quando sentia que a corda ia estourar eu diminuía o ritmo, mas o problema é que o espaçamento dessa sensação ia diminuindo gradativamente a ponto de por volta das meia noite não conseguir sequer dar uma braçada. Para tentar enganar a dor fiz um pacto comigo de continuar de qualquer jeito até o dia amanhecer". 

Ricardo conta que estava em pânico de nadar a noite em mar aberto e ainda mais depois da experiência com os cações, ele diz que não enxergava nada a sua frente e que passou a noite rezando, pedindo proteção. 

"Nadar as cegas é bem complicado, se alguma coisa cruzasse o meu caminho não teria como evitar, estava ali completamente vulnerável e tive que decidir me entregar aos desígnios de Deus e torcer pra não acontecer nada."

O dia amanheceu e as dores dos dois ombros estavam cada vez piores, a expedição havia diminuído muito o ritmo intenso do dia anterior, mas Morro de São Paulo já estava a vista, porém o atleta ainda teve que lidar com mais dificuldades. 

"Quando estava amanhecendo fiquei bem mais aliviado com a questão da escuridão ter passado mas meus ombros estavam em frangalhos, não imaginava como seria nadar mais 25 metros e ainda faltava cerca de 2,5 quilômetros quando meu ombro direito sofreu um estalo e senti como se realmente a corda de violão tivesse sido tensionada a tal ponto que partiu, neste momento comecei a nadar só com o braço esquerdo que também estava doendo muito e não aguentei nadar muito tempo assim ai alternei com pernadas de peito e craw". 

Mas ainda havia um problema, segundo Ricardo a correnteza agora o tirava do seu ponto de destino e estava jogando toda a expedição pro lado de Guaibim, lembra que seu maior incentivador, o seu técnico Bruno Vasconcelos lhe incentivou muito mandando que nadasse até a terra de qualquer jeito.

"Naquele momento comecei a pensar no discurso que faria quando desistisse e chegasse a terra em cima da embarcação, pensei que literalmente havia nadado e morrido bem próximo a praia, me veio a cabeça o desenrolar da desistência, como seria a reação das pessoas, dos apoiadores e de todos envolvidos que torceram tanto, isso me incomodou muito e pensei: Que se dane, vou chegar de qualquer jeito. Cerrei os dentes e dei um tiro em direção a Primeira Praia, fui chorando de dor até que consegui entrar. Ai veio o choro de felicidade, meus óculos já estavam cheios de água, quando vi a areia se aproximando reconheci aquela paisagem que tantas vezes mentalizei durante os treinamentos, agora tudo era real." 

Ao pisar na areia de Morro de São Paulo esse paratleta que superou três AVC e um grave acidente entrou definitivamente pra história do esporte, um exemplo que com dedicação e força de vontade todos podemos conseguir feitos fantásticos!

Ricardo foi recepcionado pela família, amigos e representantes da Prefeitura Municipal de Cairú que preparam um coquetel de sucos e frutas para os membros da expedição e convidados, dentre eles muitas crianças de projetos sociais ligados a Prefeitura. Ricardo ainda teve fôlego para proferir um palestra sobre a importância da Preservação dos Oceanos e da Baía de Todos os Santos e deixar o recado final de que nunca podemos deixar de sonhar.

Quando questionado sobre qual o próximo desafio Ricardo diz que agora vai se dedicar um pouco a terminar o livro que está escrevendo e de fazer o documentário sobre esse projeto ambiental, segundo ele tudo foi filmado em Alta Resolução, desde os treinamentos, os desafios intermediários e o desafio final até Morro de São Paulo e agora está em busca de alguma empresa que se interesse em produzir esse documentário, mas ao final deixa escapar que ainda em 2016 virão outros desafios.

Fonte:
Assessoria de Imprensa 
Desafio Ambiental a Nado Salvador Morro de São Paulo

Esse é o momento de agradecer e refletir sobre esses 1 ano e meio dedicados ao nosso projeto. Foram muitos caminhos percorridos, a travessia se iniciou bem antes do dia 19 de dezembro. Ela se iniciou quando resolvi aceitar a entrega e a doação, começou quando iniciei a boa batalha contra o meu próprio ego e os vícios que me permeiam. Começou quando tive que aprender a aceitar as críticas, a ter paciência, a não querer julgar ou sentir raiva de quem, simplesmente por não me conhecer, me julgou e ainda julga. Ouvi muitas coisas, outras me contaram, outras tantas eu ainda sinto nos olhares que se escondem ao me ver passar ou nos dedos que apontam por sobre meus ombros. Aprendi que não devo agir da mesma forma julgando os que me julgam, apenas aprendi a aceitar os pontos de vista, aprendi que não preciso me sentir aceito, porque sou o que sou e faço o que faço pelo simples fato de ser um doido sonhador, um empreendedor de sonhos que talvez por ter um parafuso a menos acha que os nossos limites estão apenas em nossas cabeças e que não é preciso asas ou barbatanas para voar ou nadar pelas coisas que ama e acredita.
Fizemos os desafios intermediários e cumprimos com sucesso cada passo de nossa jornada, porém o maior desafio neste período foi ter que desenhar e administrar o projeto, treinar, construir nosso site, fan page, atualizá-los constantemente, fazer vídeos, cartazes, partir atrás de apoiadores, patrocinadores, ter a porta fechada mais de 1000 vezes, ter que ouvir chacotas ou desculpas esfarrapadas, promessas nunca cumpridas, trabalhar 8h por dia, ter ainda que achar tempo pra fazer fisioterapia, preparação física, acupuntura..., cumprir com a agenda de compromissos e ainda cuidar da família. Abrir mão de estar nas reuniões familiares, ter que sair mais cedo dos encontros, aniversários, me afastar temporariamente de amigos queridos... enfim, quando aceitamos empreender um projeto temos que saber os ônus e os bônus e assumir os riscos, foi difícil, complicado mas foi isso que escolhi e sinceramente, cansei, mas um cansaço bom de realização, de saber que estava construindo algo muito além de mim e isso que importa.
Os nossos Oceanos estão morrendo e isso não é demagogia barata pra sustentar um desejo do ego, peço que por favor façam pesquisas (como fiz) ficarão estarrecidos, a humanidade está condenada se permanecermos achando que está tudo bem. É impossível pensarmos em PAZ sem que nossa casa esteja em ordem, nossa morada. 
Minha mensagem que quero deixar é que nunca deixem de sonhar, somos parte desse universo maravilhoso que ainda desconhecemos, portanto, esse mistério também nos permeia. Ao olhar para a vastidão do céu reconhecemos que não podemos enxergar os seus limites e assim somos nós, capazes de ir sempre além de onde conhecemos, mas para tanto é preciso sempre chegar mais perto, desbravarmos e irmos sempre a margem de nós mesmos. A consciência assim se amplia e essas margens se tornam cada vez maiores, como uma pedra que se joga num lago tranquilo e formam ondas que partem em uma busca infinita.
Preciso agradecer a todos que estiveram conosco nessa empreitada, sonhando o meu sonho e se tornando parte dele, pra vocês estarei fazendo um agradecimento especial e individual.

Namastê _/\_

RELATÓRIO DO DESAFIO AMBIENTAL A NADO
SALVADOR X MORRO DE SÃO PAULO

 

Objetivo: Levar a sociedade uma maior conscientização acerca da importância da preservação dos Oceanos e da Bahia de Todos os Santos.

 

Para chamar atenção da sociedade o paratleta, Sr. Ricardo Serravalle Guimarães decidiu, em 15 de junho de 2014 que, para alcançar o objetivo proposto iria se dispor a realizar algum feito inédito que envolvesse a educação, o mar e o esporte. Após estudar o percurso e conversar com pessoas e profissionais que fizeram a rota através de outros meios decidiu iniciar os treinamentos para a travessia a nado entre a praia do Porto da Barra, em Salvador/BA até a ilha de Morro de São Paulo no município de Cairú, de forma ininterrupta e sem ajuda de equipamentos, a ser realizada no dia 19 de dezembro de 2015, com previsão de duração de vinte e quatro horas.

 

Salvador, Bahia, 19 de dezembro de 2015, Praia do Porto da Barra, data e local da largada para o Desafio a Ambiental a Nado Salvador x Morro de São Paulo pela Preservação dos Oceanos e da Baía de todos os Santos.

 

Na praia do Porto da Barra a partir das seis horas da manhã iniciou-se os preparativos para a travessia. Aos poucos foram chegando pessoas, entre amigos, convidados, apoiadores, imprensa e curiosos. Presentes centenas de pessoas para acompanhar e testemunhar a partida.

 

Acompanhando o nadador, Sr. Ricardo Serravalle, estavam três embarcações, sendo uma lancha de nome “Jet Rescue” equipada com equipamentos de GPS e Georeferenciamento onde seguiu o líder e guia da expedição o Capitão David Costa Perrone, seu marinheiro, o treinador do nadador e profissional de Educação Física, Bruno Augusto Vasconcelos Silva e o estudante de Educação Física, Valnei Oto Rodrigues da Anunciação. A segunda embarcação foi a “Halkana”, cujos marinheiros Sr. Luiz e Sr. Bébé, foram acompanhados pelo cinegrafista Sr. Jorge dos Santos Guedes. Nesta embarcação também estava à base da alimentação que seria distribuída entre as demais. A terceira embarcação foi a lancha equipada com equipamentos e medicamentos hospitalares de UTI, cedida pela empresa Curativos Serviços Domiciliares e estava tripulada com os seguintes membros, o médico da expedição Dr. Marcelo Borges Botelho, o enfermeiro, o socorrista Sr. Cláudio, o marinheiro Sr. Júlio e o seu auxiliar Sr. Repolho. Além das três embarcações e tripulação supracitada acompanhou também a expedição o Sr. Fábio Seligra que seguiu todo o percurso em uma prancha de Stand-up padlle.

 

Além das embarcações esteve presente na largada uma corveta da Capitania dos Portos do Estado da Bahia para dar segurança e realizar a  comunicação com os navios que porventura estivessem na mesma rota.

 

A largada da praia do Porto da Barra se deu às oito horas e trinta minutos da manhã do dia 19 de dezembro de 2015.

 

A disposição das embarcações seguiu a seguinte formação; à frente e a direita do nadador seguiu a lancha Jet Rescue (responsável pela guiagem), também à direita, porém posicionada cerca de dez metros atrás do nadador seguiu a embarcação Halkana, ao lado esquerdo do nadador  com afastamento de aproximadamente vinte metros estava a lancha UTI e cerca de cinco metros a frente do nadador seguiu o Sr. Fábio Seligra em sua prancha.

 

Ao sair do abrigo da Baía de Todos os Santos no final da enchente a expedição foi apresentada a um mar bastante mexido e ondulado devido aos fortes ventos. A expedição seguiu com certa dificuldade devido ao grande balanço que faziam as embarcações, motivo pelo qual, por segurança, houve um maior afastamento em relação ao nadador que seguiu sempre seguindo a sua frente à prancha de stand-up padle remada pelo Sr. Fábio Seligra, este que ficou encarregado pelo Capitão David Perrone de trabalhar como seu ponto de referência durante a expedição.

 

Todas as hidratações e alimentações foram realizadas na água de trinta em trinta minutos alternando água mineral, água de côco, maltodextrina, sucos, bolinhos de batata com peito de frango desfiado, rapadura, torrone e sanduíche de frango com cenoura e requeijão.

O Sr. Oto realizou de hora em hora aferição dos batimentos cardíacos do atleta sendo o menor noventa e seis batimentos cardíacos por minuto e o maior cento e dezessete batimentos cardíacos por minuto. Foi também contabilizada a frequência de braçadas por minuto do nadador que se manteve entre cinquenta e nove a cinquenta e cinco braçadas até às quatro horas da manhã do dia 20 de dezembro de 2015 e que posteriormente caiu para até cinquenta e três braçadas por minuto.

 

Durante o período da noite o vento diminuiu, o que melhorou um pouco as condições de navegação.

 

A primeira previsão de chegada a ilha de Morro de São Paulo foi realizada às dezessete horas do dia 19 de dezembro de 2015 e, de acordo com a média mantida até ali, o prazo estimado de chegada na ilha se daria por volta das duas e meia da manhã do dia 20 de dezembro de 2015, porém, devido a queda de rendimento ocasionada por dores nos ombros do nadador essas previsões foram recalculadas; entre as dezenove horas e quarenta e três minutos do dia 19 de dezembro e uma hora e sete minutos da manhã do dia 20 de dezembro a previsão de chegada se estendeu, mas manteve-se estimada até as quatro horas da manhã; já por volta das duas horas e trinta e seis minutos o prazo de chegada aumentou para às cinco horas da manhã; as quatro horas e vinte e três minutos da manhã mais uma previsão indicava a chegada por volta das cinco horas e trinta minutos; às cinco horas e vinte e cinco minutos a previsão final e assertiva de chegada a Primeira Praia de Morro de São Paulo às seis horas e trinta minutos da manhã do dia 20 de dezembro de 2015, exatamente vinte e duas horas após a partida da praia do Porto da Barra em Salvador, duas horas antes do previsto na largada.

 

Segundo instrumentação utilizada pelo GPS da lancha Jet Rescue sob o comando do Capitão David Perrone o percurso nadado pelo atleta foram de exatas 33,6 milhas náuticas que equivale a 62,2 km em uma velocidade média de 1,6 nós ou  2,96 km/h.

 

A expedição manteve-se todo o tempo dentro dos parâmetros previamente estabelecidos com duas linhas paralelas imaginárias saindo da praia do porto da Barra até Morro de São Paulo em linha reta com distância entre elas de um quilômetro.

 

Ressalta-se que o atleta nadou durante todo o percurso, não pegou carona nas embarcações ou utilizou de quaisquer equipamentos. Tornando-se, portanto, a primeira pessoa a nadar do município de  Salvador até a ilha de Morro de São Paulo no município de Cairú no estado da Bahia.

bottom of page